terça-feira, 18 de maio de 2021

O que ensinar na Educação Física Escolar?

 

O ano letivo já começou mas diante de mil concepções, idéias e formas milagrosas de ensinar na escola, nos deparamos com um dilema: o que ensinar nas aulas de Educação Física? Esporte, lazer aprendizado?

O primeiro ponto que não devemos nos esquecer é de que a Educação Física é uma área de conhecimento, está inserida no currículo escolar e, portanto, tem um objetivo pedagógico. Assim, entendendo a Educação Física como "disciplina", ela deverá possuir seus próprios objetivos, conteúdos, expectativas de aprendizagem e seu objetivo deverá ser o de estudar o  universo das manifestações culturais corporais.

Algumas pessoas afirmam  que as aulas de Educação Fisica devem priorizar a diversão e o lazer. Se a disciplina está inserida no currículo da escola, como citado anteriormente, não faz sentido essa afirmativa. Existem outros locais onde as crianças podem freqüentar com  o unico objetivo de diversão e certamente a escola não é este espaço. Lembremos que ao afirmar isso estamos negando o direito da criança a adquirir conhecimento.

Ao escolher uma manifestação corporal presente no cotidiano da comunidade,  para ser estudada nas aulas de Educação Física, estamos garantindo o respeito ao aluno, respeito a sua cultura, aos seus conhecimentos e uma aprendizagem significativa que faça sentido para a criança.

A Educação Física deveria garantir aos alunos o direito de conhecer mais profundamente os esportes, as danças, as lutas, as ginásticas, enfim, as práticas pertencentes ao universo corporal presentes em seu cotidiano. Garantir o direito a esses aprendizados é um dever do professor e da escola, respeitar esses conhecimentos também.

Mas como funciona isso na prática?  Como exemplo, cito a tematização de um esporte como o vôlei. A partir dos conhecimentos dos alunos a respeito desta manifestação podemos propor algumas atividades onde os alunos experimentem jogar de varias maneiras, adaptando os movimentos, o espaço, os materiais, incluindo as pessoas com deficiência. Outra ação didática seria mediar algumas atividades onde os alunos descubram  como o esporte surgiu, quem são os atletas, onde e por quem  é praticado, enfim, a criança deve entender que essas manifestações são culturalmente construídas e constantemente modificadas de acordo com alguns interesses.

É importante lembrar que respeitar os conhecimentos dos alunos não significa que devemos nos limitar a tematizar somente os que eles conhecem e vivenciam. Ao contrario disso, devemos proporcionar momentos onde esses conhecimentos sejam ampliados, trazendo para a escola tudo o que diz respeito a seu cotidiano e também outras formas de ver e pensar esses saberes que fazem parte do patrimônio cultural da sociedade.

A partir daí, saem de cena as aulas "treinamento", que exclui os não habilidosos, a descoberta de novos atletas, excluem os deficientes e outros que não se encaixam nessa pratica e entram em cena todos aqueles alunos que tem o direito de a vivenciar essas manifestações. Isso não significa que a Educação Fisica deva se transformar em aulas "ditas" teóricas, mas sim, a partir das práticas, uma aula onde a satisfação de aprender e participar estejam presentes através de atividades que levante questionamentos, aprofundem o conhecimento, ressignifiquem a pratica e ampliem as formas de ver, pensar e estar no mundo.

Fonte

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Atividade Física, sistema imunológico e COVID 19


Atualmente, o exercício físico é mundialmente reconhecido como meio de promoção da saúde e qualidade de vida, sendo celebrado como uma das principais estratégias de intervenção não farmacológica e de baixo custo, para a prevenção de doenças e enfermidades nesta faixa etária.

A manutenção do exercício físico no contexto atual da pandemia do coronavírus juntamente à restrição de mobilidade e isolamento social é fundamental. Glicocorticoides, como o cortisol, são elevados durante os períodos de isolamento e confinamento e podem inibir muitas funções críticas do nosso sistema imune. A capacidade das células T de se multiplicarem em resposta a agentes infecciosos é reduzida, assim como a capacidade de certos linfócitos efetores de reconhecer e agir contra células defeituosas – cancerosas ou infectadas por vírus por exemplo.

Recentemente, em um trabalho desenvolvido por Richard J. Simpson e colaboradores, mostrou-se que os astronautas que tinham maior aptidão cardiorrespiratória antes do voo e resistência aos músculos esqueléticos antes de uma missão de seis meses na Estação Espacial Internacional eram menos propensos a reativar o EBV e o VZV durante a missão. Como conclusão do estudo, os autores descrevem o exercício, além de eficaz para melhora do papel do sistema imune, uma contramedida aos efeitos negativos do estresse do confinamento e isolamento.

A OMS recomenda passeios a pé ou de bicicleta, mas sem desrespeitar o distanciamento físico. O texto ressalta a importância de lavar as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel antes de sair, no local externo e assim que chegar em casa. Porém, a entidade não recomenda a prática de exercícios em caso de febre, tosse e dificuldade em respirar. Especialistas reiteram a importância de uma vida ativa e saudável, mas, em meio a uma pandemia, é necessário bom senso.

Com o surgimento da pandemia da Covid-19, a maneira de viver mudou. O trabalho de uma grande parte das pessoas passou a ser home office, o distanciamento social foi necessário e locais como parques e academias foram fechados em muitos lugares. No entanto, manter-se ativo é fundamental para manter-se saudável e controlar sintomas como ansiedade.

Abaixo, uma lista feita por especialistas na área de medicina esportiva para atletas, visando o bem-estar físico e mental, além da manutenção da boa regulação do sistema imunológico. Em seus atendimentos, oriente conforme as seguintes recomendações:

§ Manter o sono regular, idealmente 8 horas por noite;
§ Manter o treinamento, adaptando para as condições atuais, já que o exercício pode controlar sintomas de estresse e ansiedade. Há muitos aplicativos parta atividade física em casa que podem auxiliar no programa de treinamento;
§ Manter uma dieta equilibrada e evitar a baixa disponibilidade crônica de energia, o que pode prejudicar o sistema imunológico;
§ Manter-se bem hidratado e evitar cafeína a noite, para não interferir na qualidade do sono;
§ Apontar para uma alta ingestão de frutas e vegetais (7-8 porções por dia). Estes contêm polifenóis e flavonoides, que têm um papel essencial na função imune respiratória e demonstraram reduzir a incidência de infecções do trato respiratório superior;
§ Atentar aos níveis de vitamina D, já que sua suplementação pode ser particularmente importante nessa época do ano para reduzir o risco de infecção do trato respiratório;
§ Os probióticos podem ser úteis na redução da incidência, gravidade e duração das infecções do trato respiratório superior;
§ A suplementação de vitamina C demonstrou ser benéfica na prevenção e tratamento da pneumonia. Também demonstrou reduzir o risco de resfriado comum em estresse físico extremo (esquiadores e corredores de maratona) e reduzir a duração do resfriado comum na população em geral. Recomendamos tomar vitamina C 500 mg diariamente e aumentar para 1000 mg diariamente se você desenvolver sintomas (tosse persistente, febre, problemas respiratórios). Pastilhas de zinco também podem diminuir a duração dos resfriados;
§ Os óleos de peixe contêm ácidos graxos essenciais e são importantes para manter um sistema imunológico saudável. Se você não tem peixe oleoso em sua dieta, então 1 g de Ômega 3 (DHA e EPA) diariamente também pode ser útil;
§ Finalmente, e um dos pontos mais cruciais também é o mais simples – lave as mãos adequadamente por 20 segundos regularmente e lembre-se de evitar tocar seu rosto.
Para concluir,  o exercício regular, trazendo uma recirculação frequente de células e estimulando sua produção através de citocinas pró-inflamatórias, em teoria, nos torna mais resistentes a infecções.



domingo, 9 de junho de 2019

Estudo: praticar 1h30 de exercícios por semana evita demência

Estudo: praticar 1h30 de exercícios por semana evita demência

Praticar exercícios por 30 minutos três vezes por semana corta a chance de desenvolver demência em pessoas com 60 anos ou mais. Um novo estudo mostrou que se exercitar 90 minutos por semana reduz o risco de problemas vasculares relacionados com a demência em 40% dos casos e com prejuízo nas habilidades do cérebro em 60%. As informações são do Daily Mail.
A demência vascular é a segunda forma da doença mais comum depois do mal de Alzheimer. A doença é causada por problemas no envio de sangue ao cérebro. A neurocientista e líder da pesquisa, Ana Verdelho, disse que os exercícios são ainda mais importantes para pessoas com fatores de risco como hipertensão e diabetes. 
O estudo avaliou 639 pessoas entre 60 e 70 anos, incluindo 55% de mulheres das quais dois terços afirmaram que se exercitam pelo menos 30 minutos por dia, três vezes poro semana. Aulas de ginástica, caminhada e andar de bicicleta foram as mais citadas. 
Os danos no cérebro podem dificultar a cognição, causar depressão, dificuldades de locomoção e descontrole urinário. Além do estudo, os pesquisadores fizeram entrevistas por telefone e visitas clínicas. Eles notaram que 90 pacientes tinha demência, 54 com demência vascular. Mais 34 pacientes foram diagnosticados com Alzheimer, enquanto 147 pacientes desenvolveram deficiência cognitiva, mas não a de demência. 
Os pesquisadores acreditam que o exercício físico regular pode proteger contra a demência, mantendo os pequenos vasos sanguíneos do cérebro saudáveis. Pesquisas anteriores concluíram que manter o cérebro ativo fazendo palavras-cruzadas, jogando cartas ou trabalhando no computador também pode ajudar a prevenir o problema no cérebro. 
 
Fonte:http://www.educacaofisicaa.com.br/2012/11/estudo-praticar-1h30-de-exercicios-por.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+educacaofisicaa+%28Newsletter+da+Educa%C3%A7%C3%A3o+F%C3%ADsicaa%29